Arraial, Vila, Cidade

A penetração do gado baiano e dos bandeirantes foi o principal motivo do surgimento, no vasto campo das Gerais, dos mais diversos arraiais.  Motivos vários atraíram os paulistas ou os forasteiros, que implantaram suas residências onde melhor lhes convinha. Disputas ocorreram como a Guerra dos Emboabas. O principal atrativo destas terras era, sem dúvida, o encontro do ouro, seja ele preto ou branco, assim como, algum tempo depois, o diamante. Assim, os primeiros agrupamentos residenciais eram localizados bem próximo  do veio aurífero, para que mais facilidade tivesse o minerador de tudo verificar, de tudo proteger com sua presença. Respeitava-se um mínimo de distância, ditada pela concessão das datas minerais, que assim prescreviam para evitar os frequentes conflitos. Crescendo além do limite imediato da mineração, nas proximidades surgiam os arraiais, ao longo, ao mais das vezes, dos caminhos abertos para acesso entre as várias minerações, ali se instalando o comércio de sobrevivência.

  
Barbacena, Historia do Movimento Político que no ano de 1842, teve lugar na Província de Minas Geraes, Cônego José Antonio MarinhoSumidouro, Arquivo Histórico Ultramarino, Lisboa. Acervo Ivo Porto de Menezes

Crescendo os arraiais – como se dá com o de Antônio Dias e o do Pilar – estes são incorporados, criando-se a Vila, esta sob o nome de Vila Rica de Nossa Senhora do Pilar de Ouro Preto, embora o então governador, modestamente, lhe quisesse dar o nome de Vila Rica do Albuquerque. Os outros arraiais que lhe ficam próximos – São João, Piedade, Padre Faria, São Sebastião, Santana – vão sendo incorporados à medida de seus crescimentos (VASCONCELLOS, 1956).

  

Vila de Nossa Senhora do Ribeirão do Carmo,  Mapas regionais, Mapas das Minas de Ouro e S.Paulo e costa do Mar, 1720

Vila da Campanha da Princesa, Capitania Mapa de toda a extensão da Campanha da Pinceza, ca. 1799.

Podemos sentir então que as vilas surgiam, em especial, pela presença dos arraiais de mineração, sendo bastante longa sua relação, mas não podemos nos furtar a lembrar a Vila do Ribeirão do Carmo. Mais tarde, a vila é elevada a cidade, em homenagem à “Rainha Nossa Senhora” sob o nome de Mariana, quando da criação do Bispado, já que não convinha que o príncipe da Igreja, o senhor Bispo, morasse numa vila, mas somente em uma cidade. 

Descoberto o diamante, em outra região das gerais congregam-se os arraiais, surgindo a Vila do Tejuco, posterior cidade de Diamantina.

A subsistência dos arraiais de mineração sugeriu, àqueles que queriam uma estabilidade maior, que não fosse o ouro que hoje estava nos riachos e amanhã tornava-se necessário embrenhar morro adentro atrás dos veios auríferos, a criar suas fazendas. Surgiam onde melhor se mostrasse o terreno para a lavoura ou o gado, este já anteriormente vindo da Bahia e de Pernambuco. Fazendas simples ou mais extensivas, como adiante veremos, muitas delas pelo comércio que ocasionaram ou pela prosperidade de seu crescimento, deram origem às vilas como a de Santo Antônio, nas Sete Lagoas.

Ligando os arraiais e as vilas, surgiam os caminhos dos tropeiros, bifurcando aqui e ali em busca de outras paragens, de outros arraiais, levando o necessário mantimento ou buscando o ouro e este mesmo alimento que faltava. Ao longo destes extensos caminhos, apareciam as estalagens, tão simples quanto iniciais, depois achegando-se a elas outras casas, em especial, nos entroncamentos das vias. Surgem aos poucos arraiais, talvez também pela presença da tropa de El Rei, que aí se instalava para evitar descaminhos do ouro ou do diamante. Quartéis são construídos. Como exemplo especial queremos lembrar o entroncamento dos caminhos do litoral para Vila Rica, Sabará ou Serro do Frio.  Ali surge o arraial da Cachoeira do Campo, com seu quartel.  

Outros motivos, os mais diversos, deram origem a arraiais, futuras cidades. 

A religiosidade do povo fez surgir, por vários lugares,  ajuntamento de povo que buscava a benção de um ou outro de seus santos preferidos. Assim, por exemplo, aconteceu com a implantação, por Feliciano Mendes, da devoção ao Senhor Bom Jesus de Matosinhos, na paragem das Congonhas.

 

Congonhas, acervo Ivo Porto de Menezes

Cumpre ressaltar que os arraiais, como as vilas, eram de crescimento espontâneo, sem nenhum planejamento, senão aquele que melhor servisse a seus moradores e viandantes. Verdade é que, nascida a vila, devia-se “cordear em linha reta” as ruas, obedecer as posturas emitidas pelo Senado da Câmara Municipal. 

Caso especial é a Cidade Mariana que, face à inundação de suas ruas, solicitam os vereadores ao Rei que lhes devolvesse os terrenos que haviam cedido, para que ali se construísse o quartel, em 1720. Saído da vila o governador e também os soldados, resolve o rei a “largar as terras”, os “pastos dos cavalos”, mandando, entretanto, que o Brigadeiro José Fernandes Pinto Alpoim traçasse a nova povoação. Interessante determinação, por sua importância, merece transcrição, embora parcial, entrega que seria completa, “mas fiqueis ficar entendendo que neste sitio se devem edificar as casas que da nova povoação elegendo sitio para a praça espaçosa e demarcando as ruas que fiquem direitas e com bastante largueza sem atenções de inconveniências particulares ou edifícios que contra esta ordem se achem feitos no referido sítio dos pastos por que se deve antepor a formosura das ruas e cordeadas …”

“Dom João, etc. Faço saber a vós, oficiais da Câmara da cidade Mariana, que se viu a vossa representação em que insinuáveis que, fazendo eu a graça a este Senado de lhes conceder as terras dos pastos junto dessa cidade, … … Me pareceu dizer-vos que a mercê que eu fiz a essa Câmara, de lhe tornar a largar as terras que vossos antecessores tinha oferecido para pasto dos cavalos das tropas, foi completa, sem limitar as que estivessem aforadas e assim competem a essa Câmara, na mesma forma que as tinha antes de as oferecer, mas deveis ficar entendendo que neste sítio se devem edificar as casas, que da nova povoação, elegendo sítio para a praça espaçosa e demarcando as ruas, que fiquem direitas e com bastante larguesa, sem atenções de inconveniências particulares ou edifícios que, por contra esta ordem, se achem feitos no referido sítio dos pastos, por que se deve antepor a formozura das ruas e cordeadas estas, se demarcarem sítios em que se edifiquem os edifícios públicos e depois se aforem as braças de terra que os moradores pedirem, preferindo sempre os que tiverem aforado, no caso em que seja necessário demolir-se-lhe parte de algum edifício, para se observar a boa ordem, que fica estabelecida na situação da cidade e sendo justo satisfazer-se-lhe o prejuízo, será pelos rendimentos desta Câmara e para que se entre na demarcação da praça, ruas e edifícios públicos, se fará planta, presente ao Governador  Gomes Freire de Andrada, para com a sua aprovação se praticar o referido e ficareis entendendo e os vossos sucessores, que em nenhum tempo podereis dar licença para se tomar parte da praça ou das ruas demarcadas e que todos os edifícios se hão de fazer, à face das ruas, cordeadas, as paredes em linha reta em havendo comodidade para quintais das casas, devem estes ficar pela parte de traz delas e não para a parte das ruas em que as casas tiverem as suas entradas,… Lisboa a 2 de maio de 1746”.

AHU – Códice 241, fls. 301 e 301 verso. (Carta ao Governador sobre o mesmo assunto a fls. 302 do mesmo Códice). (Carta régia de 3 de setembro de 1748 manda demolir os quartéis e vender “na praça e entregar o produto deles a quem pertencerem”- Códice 241, fls 327 verso)

 
José Fernandes Pinto Alpoim, Mariana Nestor Goullart Reis Filho, Imagens de Vilas e cidades do Brasil Colonial.

Residências

Seriam, por certo, as primeiras casas em território das Gerais “feitas de pau do mato próximo e da terra do chão, como casas de bicho, servem de abrigo a toda a família“ no delicioso escrever de Lucio Costa.

Logo a seguir, levantadas em estreitos lotes de pouca frente e fundo até o córrego ou o morro, apoiavam-se, ladeira acima ou abaixo, umas às outras, dando o aspecto característico a nossos arraiais 

   
Ouro Preto, Liebenau 1875.São Bartolomeu, 1974.

 Só a pequena fachada interessava ser de melhor acabamento, assentando-se os vãos de entrada ou uma ou duas janelas para iluminar e ventilar seu interior, seu telhado caindo para frente e para trás, no conhecido telhado capa de cangalha. Era tudo que aparecia e era apreciado pelo viandante. Mas não se esqueça de uma proporção agradável, quase ao quadrado, janelas igualmente quadradas em seu aspecto, quando em casas de um só pavimento. Muxarabie é o que vemos em casa de Diamantina (MENEZES, 1964, p. 60), 

   
Ouro Preto, Casa de Marilia de DirceuDiamantina, MuxarabieDiamantina, varanda entreliçada

ou avarandadosentreliçados como na casa de Chica da Silva, na mesma cidade. Necessidades maiores de local para loja e moradia eram resolvidas com a colocação do “sobrado”, que designava aquela estrutura necessária entre o piso do andar inferior e o piso do andar superior, nome que se estendeu depois a toda aquela edificação que era “de sobrado” ou casa assobradada ou ainda simplesmente sobrado. Proporção graciosa como a casa de Tereza Dindó, em Ouro Preto, lamentavelmente demolida e substituída.

  

Rua São José, 168/170, 1956

Rua São José, 168/170, 1998

 Térreas ou assobradadas, levavam seu telhado de capa de cangalha, que ainda se tornavam mais aconchegantes pela presença do “galbo do contrafeito”, aquela curva obtida na inclinação e cuja finalidade era afastar, mais para longe do pé da parede, o caimento e consequentemente o respingo das águas do telhado. Cumpre lembrar, embora rapidamente, o processo construtivo de que eram feitas, gaiolas de madeira, esteios fincados no chão, deixando o inconsistente terreno livre por baixo, a vedação de pau-a-pique, os telhados diretos. Os cômodos enfileiravam-se, sala, quarto, sala de jantar e cozinha, ladeados pelo necessário corredor. Daí as alcovas, decantadas seguranças para as meninas. 

Tudo isto traduz aquela primeira intenção dos portugueses que aqui vinham para “fazer América”, isto é, acumularem seu “cabedal” e voltar à mãe pátria, como chegaram alguns a confessar.

As casas “de pau do mato próximo” vão dando lugar, ao correr do tempo, a casas de “maior dura”, feitas com capricho, ainda de pau-a-pique ou já, permitindo a proximidade, de material mais duradouro, a pedra, o arenito.

 

    
Rua Santa Efigênia, Ouro Preto, 1960 e 1998Rua Direita, Ouro Preto

Erguem-se, então casas de esmerada construção, como algumas já de pedra, mas de aparência comum, lembrando aqui a casa dos Ouvidores, em Ouro Preto, ou aquelas com seus cunhais de pedra em cantaria e quadros de vãos de especial cuidado, citando-se a Casa de João Rodrigues de Macedo, em Ouro Preto, ocupada posteriormente como Casa dos Contos. No térreo, localizava-se o comércio, em tratamento interno mais simples, enquanto acabamento melhor era feito no andar nobre, para residência do proprietário e sua família. 

    
Casa de Gonzaga, rua do Ouvidor, Ouro PretoCasa de João Rodrigues de Macedo, O. Preto

Casa de dois sobrados, ou seja, de três pavimentos, não são muito freqüentes, devendo ser citado, como exemplar especial, o sobradão de Minas Novas, casa na rua de São José, em Ouro Preto, e a que lhe ficava defronte e foi demolida, com varanda fronteira em seu terceiro pavimento, documentada por Anibal Mattos (MATTOS, 1935, p. 336) em seu livro que, tudo indica, estava no local da casa onde morava o Alferes Joaquim José da Silva Xavier.

Edifícios para órgãos governamentais

O crescer dos arraiais, a criação das vilas e, mesmo antes, a administração do rei havia de ter também lugar para abrigar seus prepostos. Casas para os Ouvidores, Casas para os Governadores (“não se diga Palácio”, recomendava El Rei), 

 Casa para os Vereadores das Vilas; as Casas de Câmara e Cadeia, os Quartéis da Tropa Paga, além das edificações de interesse público, iam surgindo aqui e ali.

Casa dos Ouvidores

Os Ouvidores ocupavam casas residenciais comuns, às vezes emprestadas, como aquelas que “até o presente tem servido de pousada e moradia gratuita aos Ministros Ouvidores”, no Tejuco , ou algumas melhor construídas, onde no térreo fica a casa dos despachos e no sobrado as casas de residência, “extensa herdade, bem reparada choça,” no dizer de Critilo (Tomaz Antônio Gonzaga).

Casa dos governadores

Casas para os senhores Governadores haviam de ser, a princípio, bem simples, nem sempre recomendáveis por sua segurança ou localização, “na parage aonde fez as cazas teve tão má eleição… estão ao pé do morro de Pascoal da Silva, cujas vertentes de agoa as fazem tão úmidas, que é prejudicial a saúde” (DIARIO DA JORNADA, 1939, p. 315).

Verdade é que o mesmo governador que isto declara vai morar em casa de Vila do Ribeirão do Carmo, onde para sua segurança, na revolta de 1720, manda o oficial “estar com doze soldados de sua companhia numa varanda de minha casa por ter esta escada para o campo, por onde podia ser surpreendido pelos rebeldes”.  

Gomes Freire de Andrade, que morava nas casas cedidas pelo Capitão mor Henrique Lopes de Araújo, aquela mesmo construída na “parage de má eleição” (Encardideira), se vê obrigado a mudar-se desta “parage” e vai abrigar-se “nas casas que foram da Fundição”, para o quê se fizeram necessários concertos.

 Somente mais tarde, chamado do Rio de Janeiro o Sargento-Mor Engenheiro José Fernandes Pinto Alpoim, é providenciado o projeto de uma casa a ser construída no alto de Santa Quitéria. Ali realmente é arrematada a obra da nova casa, por 40.000 cruzados, pelo mestre de obras Manoel Francisco Lisboa. Baluartes construídos em 1749 dão-lhe a parecença de fortificação. Estes mesmos baluartes, retirada a terra de seu interior, permitem a construção, em 1766, da capela, cujo altar e retábulo foram confiados a Manoel Francisco de Araújo, mas estamos certos de que o arco-cruzeiro recebeu trabalho de Antônio Francisco Lisboa.

   
Casa dos Governadores, Encardideira, Ouro PretoAlto de Santa Quiteria, Ouro Preto, W. Rodrigues,
  
Capela, Palácio dos Governadores, Ouro Preto,, após restauro.Quartel, Palácio dos Governadores, Cachoeira do Campo

Não se pode omitir a presença do Palácio dos Governadores,em Cachoeira do Campo, transformação feita no quartel dos cavalos, construído pelo Capitão José Rodrigues de Oliveira, conforme atesta pedra ali existente. Cumpre lembrar que, na adaptação executada em 1772 para ali abrigar o Palácio de Veraneio dos Senhores Governadores, muitas obras foram executadas, em especial a presença de porta “corrediça” na capela, a aquisição de “chumbo para os pesos das vidraças”, ou seja, a construção de janelas guilhotinas de contrapeso, como hoje conhecemos, e que se julgava ter sua utilização somente no século XX.  Ressalte-se ainda a construção do lago artificial para que o escaler do senhor  governador pudesse singrar suas águas, procedentes de barragem de represamento, que ainda tivemos ocasião de conhecer. O cômodo para o escaler tinha de seis a sete metros de comprido e três de largura. (MENEZES, 1961, p. 203).

Casas de Câmara e Cadeia

Criadas as vilas e devidamente instaladas as respectivas câmaras municipais, tornava-se necessário que tivessem sua sede. Conforme era costume, alugadas algumas casas, ali se instalavam as câmaras. Em outras eram instaladas as cadeias. Cumpre lembrar que o juízo ordinário era exercido pelo presidente da câmara, pelo que o poder judiciário estava vinculado à própria câmara municipal. Assim, quando se construía ou se adaptava uma casa para ali ser alojada a câmara, na mesma se assentava o juizado e a cadeia. Eis, pois, a origem das Casas de Câmara e Cadeia. Quando mereciam ser especialmente construídas, localizavam-se no térreo os diversos compartimentos da cadeia, enquanto no sobrado eram instalados, de um lado as casas (salas) necessárias ao bom desenvolvimento dos trabalhos da municipalidade, de outro lado o necessário ao bom desempenho do juizado. Nas várias vilas das Gerais podemos apreciar os mais variados tipos de casas de câmara, até encontrarmos a bem projetada, por José Pereira dos Santos, Casa de Câmara e Cadeia da Cidade Mariana ou sua vizinha Casa de Câmara e Cadeia de Ouro Preto, creditada ao governador Luis da Cunha e Menezes.

  
Casa de Câmara e Cadeia, MarianaCasa de Câmara e Cadeia, Ouro Preto

Quartéis

A segurança necessária aos prepostos do Rei haveria de requerer a presença de tropa constante em vários lugares, seja a casa dos governadores, ouvidores, juízes de fora. Evidentemente, mais importante, necessitando de precisa segurança, estava o local onde se guardava o ouro ou o diamante de propriedade de sua majestade. Em Vila Rica, procurou-se concentrar, assim “por cuja forma ficam uma companhia de cavalos, Governador, Provedoria, Intendência, armazéns e secretaria, debaixo de uma só guarda e dentro da mesma casa, a qual se segurava com um reduto de quatro peças que há nesta parte”, assim seria a projetada casa do Governador, como a desenhara Alpoim (MENEZES, 1975, p, 176). De qualquer modo, por volta de 1720, já se projetavam dois quartéis, um na Vila Rica e outro na Vila do Ribeirão do Carmo, que foram feitos pelo Capitão José Rodrigues de Oliveira. Já citamos o terceiro, igualmente feito pelo mesmo capitão, que mereceu uma lápide, o de Cachoeira do Campo. O edificado no pátio dos cavalos, no Ribeirão do Carmo, deu lugar ao planejamento da nova vila, feito pelo mesmo Sargento Mor Engenheiro José Fernandes Pinto Alpoim. O de Vila Rica, construído “no alto da Câmara, entre ela e a rua nova…” (MENEZES, 1975, p. 181) igualmente desapareceu, remodelado que foi para abrigar um grupo escolar.  O da Cachoeira do Campo, já o vimos, foi modificado e transformado em Palácio de Veraneio dos Senhores Governadores, construindo-se outro, o atual Colégio Dom Bosco.

Pontes e chafarizes

Cabia ao Senado da Câmara prover as vilas de seus necessários equipamentos, seja mesmo dentro de sua sesmaria. Assim, a ele coube mandar e financiar a construção das necessárias pontes, fossem de madeira ou de pedra. Nos diversos livros de receita e despesas das câmaras encontramos, com grande freqüência, os lançamentos das despesas com estas mesmas pontes, também com sua conservação e das calçadas. Passeando sobre elas, no mais das vezes, não apreciamos a beleza de sua construção, haja vista as pontes da estrada real, por exemplo, no trecho Ouro Branco-Ouro Preto, a do Calixto, com seus pegões, a da Rancharia , entre tantas outras. 

  
Ponte do CalixtoPonte na Rancharia

Algumas merecem cuidados especiais, como a da Cadeia ou do Rosário, em São João del Rei ; do rio das Velhas, em Sabará; em Vila Rica, a ponte do Caquende, de São José ou de Antonio Dias, decantadas pelo poeta inconfidente: 

“Entra nesta grande terra, 

passa uma formosa ponte, 

passe a segunda, a terceira, 

tem um palácio defronte. 

Ele tem ao pé da porta 

uma rasgada janela  

é da sala aonde assiste 

a minha Marilia bela.” (Lira 63).

Ali mesmo, junto à ponte e ao “palácio” está um dos belos exemplares de chafarizes que por toda a vila se encontra. É o chafariz conhecido como de Marilia. 

Além deste, lembramos aquele que, localizado na principal rua da vila, foi posteriormente deslocado, conhecido inicialmente como de São José, hoje como chafariz dos Contos e no qual colocou, o Senado da Câmara, seu pensamento, em latim: “Is quae potatum cole gens pleno ore senatum, securi ut sitis nam facit elle sitis”. Igualmente convém ressaltar o Chafariz do Alto da Cruz, pelo busto de mulher atribuído a Aleijadinho. 

  
Chafariz dos ContosChafariz do Alto da Cruz

Infelizmente, já não se pode ver o que existiu na Praça fronteira ao Palácio, em Ouro Preto, ali mesmo junto à então existente Santa Casa de Misericórdia. 

Lembremos o do Caquende, em Sabará, o belo exemplar da Vila de São José del Rei (hoje nossa conhecida cidade de Tiradentes) e tantos outros em nossas vilas, uns mais decorados que os outros, nem por isso podendo deixar de se apreciar.

  
Chafariz do Rosário, SabaráHorto Botânico, Ouro Preto, W. Rodrigues, Documentário Arquitetônico, estampa 59.

Teatros

Duas edificações, uma em Ouro Preto, outra em Sabará, foram realizadas para abrigar as representações teatrais para o divertimento dos mineiros. 

Assim, foi construída a Casa da Ópera, em Ouro Preto, singela em sua aparência exterior, rica e precisa em sua composição interior, com seu palco e seus anexos competentes, com sua platéia curvilínea e tribunas gerais ou especiais, devidamente lançadas. É, ao que parece, a mais antiga construção, especificamente para teatro, construída no Brasil e que o foi pelos idos de 1769. 

O teatro existente em Sabará foi cuidadosamente construído para servir, o melhor possível, ao projeto dos que ali iam se apresentar, desde os idos de 1819.

  
Teatro, SabaráTeatro, Ouro Preto

Arquitetura rural

Nem só de ouro ou diamante poderia viver o habitante das Gerais. Necessário se fazia que a subsistência de todos fosse providenciada. Aqueles que, por motivos vários, não podiam competir na busca do precioso metal ou pedra, embrenhavam-se no mato na maioria das vezes próximo ao centro consumidor, para estabelecer ali sua fazenda de gado ou de subsistência. Surgiram assim as fazendas que, para sua melhor produção, havia necessidade de edificações precisas e especiais. Surgiam assim os currais e depósitos, as senzalas para a mão-de-obra e a cuidada casa de residência do patrão e seus familiares.  Espalharam-se por todo o território, geralmente situadas suas sedes em locais a meia encosta, com grande pátio fronteiro, geralmente retangular, que para tudo servia, em especial para festas. A casa principal de moradia, a sede, localizava-se em um dos lados do pátio, o mais elevado, no geral, espalhando quartos e salas, varanda fronteira e posterior, cozinha em puxado 

   
Fazenda Boa Esperança, Belo Vale, 1979.

Esmerado cuidado ou simplicidade construtiva. Num dos lados do pátio, estaria a longa seqüência de quartos da escravatura, a senzala, porta apenas de acesso, quando muito diminuta janela. Fazendo fronteira a ela, do outro lado do pátio, as diversas construções necessárias ao bom desempenho do empreendimento, de acordo com sua finalidade maior, gado ou plantações (MENEZES,1959, p. 279).

Inúmeras haveríamos de mencionar, desde a paulista Fazenda do Manso, nos arredores de Vila Rica. A Fazenda do Rio de São João pela sua grandeza e bem acabada construção, com seus 70 metros de fachada, sua capela de pé-direito duplo, com seu coro, órgão, púlpito, decorado altar e retábulo e pintado forro. Estaremos visitando tantas outras: Contramestre, com sua separada cozinha.

    
Fazenda do Manso, Ouro Preto, 1956Fazenda Rio-de-São João, Bom Jesus do Amparo, 1958

Também Fonte Limpa, acolhedora, Martins, com o balanço de sua varanda e o belo arranque de sua escadaria,  aquelas que guardam em seu interior a capela, como Cachoeira, em São Domingos do Prata; Cachoeira, em Barbacena; o forro de gamela da Fazenda da Posse; ou o recortado do guarda-corpo da Papagaio-do-meio; a longilínea fazenda Bananeiras, onde medimos cerca de 80 metros na fachada dos dois blocos, para culminarmos na citação daquela que já perdemos, em grande parte; Fazenda do Jaguará, onde vimos sua capela em quase toda sua plenitude arquitetônica e que hoje apresenta ruínas. Honra seja feita que os belos exemplares rococós de seus altares, púlpito e cancelo, devidos ao mestre Aleijadinho, podem ser apreciados na neocolonial Matriz de Nossa Senhora do Pilar, de Nova Lima.

  
Fazenda dos Martins, BrumadinhoFazenda da Posse, Santana dos Montes
   
Fazenda Papagaio do Meio, Santana dos MontesFazenda Jaguará,

Arquitetura religiosa

Nos primitivos ranchos de pau-a-pique e sapé se instalaram, por certo, as primeiras capelas das aglomerações que iam surgindo nas terras das minas, logo em seguida, quiçá mesmo desde o início, recobertas de telhas de barro, em honra ao Senhor. 

A tradição da construção em alvenaria de pedra sempre que possível era a preferida, desde que houvesse a facilidade de encontrar o material necessário.

De pau-a-pique eram construídas as velhas matrizes mineiras, ainda por muito tempo, mesmo quando já se constituíam em sedes de paróquias.

    
Capela São João, Ouro PretoMatriz Nossa Senhora da Conceição, Sabará

Apresentavam suas fachadas singelas, de porta mais alta e duas janelas sineiras, algumas vezes apresentando modestas torres sineiras, ou armações laterais de madeira, para abrigar os sinos.

À medida que as povoados cresciam e enriqueciam, erguiam-se mais cuidadas igrejas, de maiores dimensões, de plantas mais abrangentes, com sua nave e capela-mor em ambientes independentes, com sua sacristia lateral, esta sacristia indo, depois, para localização posterior à capela-mor, tendo acesso ao presbitério pelos duplicados corredores laterais. Acrescente-se ainda o consistório, sobre a sacristia, para as reuniões das irmandades. Sua fachada principal apresentava, então, seu frontispício ladeado pelas duas torres sineiras, mais altas, formando todo um conjunto plasticamente planejado, em nobres proporções.  

Visitando o interior destas matrizes mineiras, vamos apreciar o belo altar-mor, fruto da dedicação das duas principais irmandades, ou seja, a do Santíssimo Sacramento e a do Santo Padroeiro, seja a Virgem Maria, seja Santo Antônio ou outro especial intercessor. Compõe o fundo do presbitério, com seu retábulo devidamente entalhado, abrangendo toda a parede posterior. Sobrelevado do piso da capela-mor, ao supedâneo se tinha acesso por, geralmente, três degraus. Quadros parietais, e mesmo barrados de madeira, tratados pictoricamente à feição de azulejo, compunham as ilhargas desta capela-mor.

  
Matriz Nossa Senhora Pilar, Ouro PretoMatriz de Santo Antônio, Santa Bárbara
 
Matriz Nossa Senhora da Conceição, Ouro PretoMatriz de Nossa Senhora de Nazaré, Cachoeira do Campo

Ao longo da nave das matrizes, vão ocupando seus lugares as diversas irmandades, que se abrigavam sob o manto da matriz. Erguiam seus altares, uns após outros, rivalizando em qualidade seu trabalho de talha e douramento. Eis então toda uma riqueza de trabalhos artísticos, cuja emulação nos proporcionou os mais diversos trabalhos.

Os altares, em especial seus retábulos, eram cuidadosamente projetados e decorados, buscando, nos melhores entalhadores, os melhores trabalhos. José Coelho de Noronha (mestre de talha do Aleijadinho), Francisco Xavier de Brito (vindo do Rio de Janeiro), Justino Ferreira de Andrade (discípulo do Aleijadinho), Francisco Vieira Servas, entre outros.

Os retábulos das igrejas no Brasil foram classificados, por Lucio Costa, em quatro grupos.  Nas Minas Gerais, não encontramos retábulos a serem classificados no primeiro grupo, identificados como tipicamente jesuítas, que por estas paragens não estiveram. O segundo grupo, com suas colunas torsas em planos diferenciados, coroadas por arquivoltas concêntricas, cuidadosamente decoradas, é mais escasso em nossas igrejas, mas podemos encontrá-lo, por exemplo, na Matriz da Senhora de Nazaré, em Cachoeira do Campo.  O terceiro grupo, correspondente, no geral, aos altares da maioria de nossas matrizes, apresenta colunas espaçadas para dar lugar à presença de imagens, enquanto as arquivoltas, anteriormente encontradas no coroamento, são substituídas pelo dossel a coroar o camarim com seu trono do padroeiro. Eis o retábulo-mor da Matriz da Senhora do Pilar ou da Conceição de Antônio Dias, em Ouro Preto, aquele lembrando o trabalho de Xavier de Brito e este de Felipe Vieira .  O quarto grupo apresenta desenho cuidadoso, despojado da profusão de entalhes e decoração, buscando uma maior elegância na decoração, também do colorido e da aplicação do ouro. Como protótipo deste estilo, agora rococó, deve ser lembrado o magnífico trabalho de Antônio Francisco Lisboa no altar-mor da Capela da Senhora dos Anjos, da Ordem Terceira de São Francisco de Assis, em Ouro Preto. 

   
Pe. Faria, Ouro PretoNossa Senhora do Pilar, O PretoS. Francisco de Assis, O Preto

Verdade é que, muitas vezes dificulta nossa classificação a presença das “modernizações” levadas a efeito pelas irmandades, como encontramos em documentos da matriz do Pilar, em Ouro Preto, (MENEZES, Furtado, p. 129) ou na adaptação para catedral da antiga matriz da Vila do Ribeirão do Carmo (MENEZES, 1985, p. 72).

No chão da capela-mor ou da nave, abriam-se as campas para abrigar o corpo daqueles que se haviam abrigado sob o patrocínio das irmandades, para seu repouso eterno.

Eram chamados os melhores pintores, como Manoel da Costa Ataíde ou o Sargento-mor José Soares de Araújo para decorar, com sua “valente e espaçosa pintura de arquitetura”, os forros destes dois ambientes, nos moldes deixados pelo Padre Andréa Pozzo, e mesmo os forros da sacristia. Devem ser apreciados os trabalhos destes dois pintores, não esquecendo os trabalhos de Xavier Carneiro e João Batista de Figueiredo, entre muitos outros.

   
Santo Antônio, ItaveravaN. Senhora do Carmo, Diamantina
   
São Francisco de Assis, Mariana, sacristiaN. Senhora do Rosário, Santa Rita Durão

Diversas decorações foram sendo acrescentadas no arco-cruzeiro, nos púlpitos e quadros parietais da nave, nos guarda-ventos da entrada a presença dos azulejos nas paredes da Capela da Senhora do Carmo, em Ouro Preto ou “azulejos” nas paredes da  Capela de São Francisco de Assis, também em Ouro Preto, nas pias de água benta ou batismal. Acrescenta-se ainda, no coro, a presença de órgãos, aqui construídos ou importados da Alemanha, via Portugal, como aquele especial existente na Catedral de Mariana, por ter sido fabricado pelo maior organeiro (fabricante) do passado, Arp Schnitger. Uma breve lembrança – não podemos omitir – da presença nas Gerais de diversos músicos compositores religiosos, como Lobo de Mesquita, Francisco Parreira Neves, Marcos Coelho Neto, e tantos outros, mundialmente reconhecidos.

   
Santana, CocaisS. Francisco de Assis, O Preto, parietal
  
S. Francisco de Assis, O Preto, “azulejos”Sé. Mariana, Õrgão

Na análise cronológica das construções das diversas igrejas, somos algumas vezes surpreendidos pelo quebrar da cronologia, pelo avançar dos trabalhos, como na Matriz de São João del Rei (COSTA,1989, p. 423) ou na monumental de Tiradentes (MENEZES, 1975, p. 301). 

A emulação faz com que procurem os melhores arquitetos e construtores. Enquanto, por exemplo, a Matriz de Nossa Senhora da Conceição de Antônio Dias, em Ouro Preto, leva para a construção de sua nova igreja o mestre Manoel Francisco Lisboa, sua concorrente, a Matriz de Senhora do Pilar de Ouro Preto, busca seu irmão, Antônio Francisco Pombal. Era uma incessante busca de obter para si a dignidade de catedral da nova diocese que se pretendia criar nas Minas. Mas a escolhida foi a Matriz da Vila do Ribeirão do Carmo, Catedral da Senhora da Assunção, na cidade Mariana.

O correr do tempo e os melhores rendimentos obtidos fizeram com que as irmandades, e principalmente as Ordens Terceiras, alçassem vôos mais altos, procurando construir seus próprios templos para melhor cultuarem seus patronos e melhor se afirmarem no contexto das Gerais. Surgem então as capelas destas organizações que, embora possuíssem maiores dimensões, continuavam a merecer o nome de Capelas, por possuírem seus Capelães. Seria longo enumerar todas elas. 

Mantinham, em princípio, o mesmo dispositivo das matrizes, com sua capela-mor e nave, sacristia e corredores, coro e consistório. Se Manoel Francisco Lisboa projeta a Capela da Ordem Terceira do Carmo, em Ouro Preto, verdade é que, com auxílio de seu filho Antônio Francisco Lisboa, este é chamado para projetar a Capela da Senhora dos Anjos da Ordem Terceira de São Francisco de Assis, na mesma Ouro Preto. O Aleijadinho busca novas formas para obter o melhor efeito arquitetônico e plástico, encurvando paredes, salientando frontispícios, imprimindo o “número de ouro” em sua composição na preciosa Capela da citada Ordem Terceira Franciscana.

  
Nossa Senhora do Carmo, Ouro PretoSão Francisco de Assis, Ouro Preto

Longo seria estar a descrever cada uma destas preciosas igrejas e capelas. 

O rococó já havia surgido nas Minas Gerais, pela bela proporção, pela delicadeza dos entalhes com sua relativa liberdade de composição, pelo especial localizar dos dourados e surgimento do faiscado. Tudo busca a perfeição do trabalho, cujo expoente maior podemos buscar nos trabalhos de Antônio Francisco Lisboa, secundado pelas pinturas de Manoel da Costa Ataíde.

Em especial gostaria de destacar, por menos conhecidas: Matriz de Santo Antônio de Ouro Branco; Matriz de Santo Antônio de Itaverava; Matriz de Santo Antônio de Santa Bárbara; Matriz da Senhora da Conceição de Catas Altas do Mato Dentro; Matriz da Senhora de Nazaré e Capela da Senhora do Rosário de Santa Rita Durão, na região do ouro. Matriz, hoje Catedral, da Senhora do Pilar; Capelas das Ordens Terceiras do Carmo e de São Francisco ou da Irmandade da Senhora do Rosário, de São João del Rei. Carmo, Rosário, Bonfim  e tantas outras em Diamantina e na agradável Serro. 

 
Matriz Santo Antônio, Ouro BrancoMatriz Santo Antônio, ItaveravaMatriz Santo Antônio, Santa Bárbara
      
Matriz N. Senhora da Conceição, Catas Altas do Mato DentroN. Senhora do Rosário, Santa Rita Durão
 
Sé de N. Senhora do Pilar, São João del ReiNossa Senhora do Carmo, São João del ReiSão Francisco de Assis, São João del Rei
    
N. Senhora do Carmo, DiamantinaN. Senhora do Rosário, Diamantina

Não podemos nos furtar a chamar a atenção sobre os trabalhos executados por Antônio Francisco Lisboa e seus auxiliares na complementação do Santuário do Senhor Bom Jesus de Matozinhos, em Congonhas do Campo, nas imagens dos Passos da Paixão (foto 0023.00266), aqueles magníficos Cristos, ou nas figuras dos Profetas, colocados sobre o poial no adro da mesma basílica (foto 0024.00279).

Complementando a devoção ao Senhor Sacramentado e ao Santo Padroeiro, nos diversos altares eram colocados outros santos intercessores, para o quê se traziam de Portugal ou aqui eram esculpidas imagens. A princípio imperava a simplicidade de composição, como o Santo Inácio, posteriormente tendo não só sua atitude corporal de movimento  Imaculada Conceição, mas também refletido, em especial nos gestos e no panejamento. De Antônio Francisco Lisboa, entre muitas outras imagens, destacamos o São João Nepomuceno e o São Simão Stock, além de lembrar os trabalhos de Xavier de Brito, como a Nossa Senhora dos Anjos.

   
Santo Amaro, Frei Agostinho da PiedadeSanto InácioImaculada Conceição, Museu,  São João Del Rei
    
São João Nepomuceno, Museu Arte Sacra, MarianaSão Simão Stock, N Senhora do Carmo, SabaráNossa Senhora dos Anjos, Museu de Arte Sacra, Mariana

Minas é um celeiro para estudo e apreciação.

REFERÊNCIAS 

COSTA, Lygia Martins, Importância da Capela-Mór da Matriz de São João del Rei, Belo Horizonte, Revista Barroco, volume 15, 1989, 490 p.

MATTOS, Aníbal, Monumentos Históricos, Artísticos e Religiosos de Minas Geraes, Bello Horizonte, Edições Apollo, 1935, 502 p.

MENEZES, Ivo Porto de, Vãos na arquitetura tradicional mineira, Belo Horizonte, Ed. Escola de Arquitetura da UFMG, 1964, 176 p.

MENEZES, Ivo Porto de, O templo e a música, Matriz e Catedral,  Mariana, arte para o céu, Belo Horizonte, Ed. Cemig e IBM Brasil, 1985, 84p.

MENEZES, Ivo Porto de, O templo e a música, O órgão,  Mariana, arte para o céu, Belo Horizonte,  Ed. Cemig e IBM Brasil, 1985, 84p.

MENEZES, Ivo Porto de, Arquitetura Rural em Minas Gerais, século XVIII e inícios do XIX, Belo Horizonte, Revista Barroco, volume 12, UFMG, 1981, 349 p.  

MENEZES, Ivo Porto de, Documentação referente a Minas Gerais existente nos arquivos portugueses, Belo Horizonte, Revista do Arquivo Público Mineiro, 1975, 303 p.

MENEZES, Ivo Porto de, Manoel da Costa Athaide, Belo Horizonte, Edições Arquitetura, UFMG, 1965, 148 p.

MENEZES, Joaquim Furtado de, Igrejas e Irmandades de Ouro Preto, Belo Horizonte, Publicações do IEPHA/MG,  1975,158 p.

VASCONCELLOS, Sylvio de, Vila Rica, Rio de Janeiro, Instituto Nacional do Livro/MEC, 1956,

Diário da jornada que fes o Exmo Senhor Dom Pedro desde o Rio de Janeiro athé a Cid. De São Paulo e desta athe as Minas Anno de 1717, Rio de Janeiro, Revista do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, n. 3, 1939, 316 p.